segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Cumprimento de férias

Isto de estar de férias tem muito que se lhe diga, apesar de ter pouco para contar. Tal como sugere o título do post, decidi partilhar o “Cumprimento de férias”. É óbvio que mais discurso discorria se quisesse escrever sobre o “Comprimento das Férias”, mas não quero ferir ninguém ao orgulhar-me do mês e meio de dias à boa vida com o qual me degustei este verão. Nem é meu desejo provocar quem trabalha, principalmente pessoas que me deixaram privar com eles alguns dias, como é o caso daquele indivíduo que tem um blog chamado “porque hoje é o dia a seguir a domingo e véspera de terça”.
Acontece que as minhas férias têm mesmo pouco para contar.
Como o vento me impediu de fazer praia sem engolir areia (cheguei até a trazer no corpo cerca de 100 gramas de areia fina, espalhadas nos mais variados locais, como couro cabeludo, estômago e até entre os dentes), fui para o segundo local mais concorrido, no mês de Agosto, pelos portugueses que deixam de ser portugueses e assumem a figura de “emigrantes”, vulgo “Avec’s”. Esse local é, obviamente, os Parques Naturais e os Jardins da Cidade. Obviamente, estou a brincar, pois nem a árvore mais imponente do Jardim da Cidade chega aos calcanhares dos saldos da Springfield ou da Saccor. Ainda se houvesse alguma Angiospérmica Anthophyta com 50% de desconto!... Não havendo, fui ao Fórum para comprar qualquer coisa, nem que fosse um gelado. Espreitei as montras e reparei que eu, antes de olhar para a roupa dos manequins, olho para o preço (muitas vezes exposto numa moldura). Penso que essa é a condição maior dos pobres. Primeiro vêem se gostam do preço, só depois confirmam se gostam da cor, textura ou corte da camisola.
Mas antes sequer de entrar em qualquer loja, as cervejas do almoço reclamaram a saída. Ainda bem que foi pela bexiga, pois não queria nada vomitar numa casa de banho pública. Sempre foi coisa à qual nunca me habituei.
Entrei e ignorei os urinóis. Fechei-me num cubículo e fiz pontaria a uma pequena mazela na cerâmica da sanita. Depois de terminar o serviço, o mesmo de sempre: abanei, recolhi, fechei, arrumei, ajeitei, compus, confirmei se caiu alguma pinga nas calças… nada… cheirei as mão… tinha de as lavar… saí do cubículo.
Aqui começou o motivo de estar a partilhar esta aventura convosco.
No exacto momento em que saí, no cubículo vizinho, saía também o meu Director (como estava moreno, o malandro!). Tentei evitar a troca de olhares a todo o custo. Mas ele não perdoou! Olha o Sr. Professor! Por aqui!? Eu nem sequer percebi se ele estava a perguntar se a exclamar (por isso optei por ambos os sinais de pontuação). Estava mais preocupado em cumprimentá-lo. Ele estava a sair do cubículo, assim como eu. Aliás, eu mesmo comprovei, com este olfacto que a terra há-de comer (ou nem tanto) que as minhas mãos precisavam de ser passadas por água e detergente líquido cor-de-rosa. As dele também, pelos vistos, pois escondeu-as atrás das costas, para evitar qualquer contacto. Mas, infelizmente, depararmo-nos com um colega de trabalho, muito mais um patrão, em férias, num local relativamente distante, obriga a mais do que um simples cumprimento oral.
E lá foi! Nem dei conta! Com a impossibilidade de o cumprimentar com um aperto de mão, como era impensável sair dali apenas com um cumprimento oral, como da parte dele também houve uma certa iniciativa… como aconteceu isto tudo em apenas 2 segundos e 13 milésimos… lá foi. Cumprimentámo-nos com dois beijos!
Agora estou preocupado. Preocupam-me duas coisas. A primeira é aquele olhar com o qual ele me pressionava, enquanto ambos lavávamos as mãos. A segunda é que, agora, não sei como o hei-de cumprimentar quando regressar ao trabalho.
Estendo-lhe a mão? Ou vou a correr para a casa de banho?

sábado, 18 de agosto de 2007

Holophonics - Virtual Barber Shop

Simplesmente louco. Usem headphones!

sábado, 11 de agosto de 2007

SCREAM!!!


terça-feira, 7 de agosto de 2007

A promessa das palavras

Sempre esse maldito compromisso.
Não sou capaz e assumo a derrota e, por consequência, o desespero, o medo.
Esvaziei o computador e até paguei a um especialista para não deixar vestígios do passado. Guardei o que interessava em cd’s ou dvd’s. A maior parte, música. A minoria, palavras. As palavras ocupam menos espaço, porque também não interessam a ninguém. E ainda algumas imagens. Fotografias tuas tiradas por mim ou nossas captadas por um olhar alheio a nós, de um transeunte que por ali passava. Será ele a única testemunha do nosso pacto, do nosso segredo? Não haverá mais ninguém?
Prometi-te uma carta, não foi? Manuscrita, para mal dos meus receios. Quero que saibas que tentei. Tenho folhas que o provam, algures em minha casa. Talvez junto ao computador.
Mas como querias que te escrevesse, se passávamos os dias e as noites juntos?
Agora que partiste, que estás longe e que a saudade deveria alimentar a capacidade de te escrever, agora que tenho motivo, infelizmente, logo agora, a vontade diminuiu, desapareceu até.
Mas um dia, ao fim da tarde, quando não aguentar mais recordar os teus abraços, os teus mimos, quando não suportar a angústia de não te ter perto de mim, quando fotografar a paisagem da tua ausência… um dia, escrevo-te. E envio-te a carta manuscrita pelo correio, como tu tanto desejavas.
Por enquanto, deixa-me a sós com este computador vazio, que irei, com certeza, encher de ti.